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Coaching – os desafios de uma profissão emergente



O coaching está definitivamente na moda. Para onde quer que nos viremos, encontramos um coach e, com ele, os sorrisos amarelos de quem já não consegue esconder o descrédito.”Outro? Mas crescem como cogumelos?”.


Sim – crescem como cogumelos! Ser coach está na moda e, afinal, não é preciso nada de especial para se ser coach. Qualquer workshop ou formação de curta duração, promete o impossível – formar coaches aptos a entrar no mercado e a desempenhar a “profissão”.



O descrédito de uma profissão


Do outro lado da barricada, clientes cada vez mais cépticos com os (poucos) resultados que obtêm das supostas sessões de coaching – promovidas até à exaustão na Internet ao preço da uva mijona (e muitas vezes até oferecidas gratuitamente) – começam a desacreditar a “profissão” e a alimentar folhetins radiofónicos que em nada contribuem para a dignidade e a elevação que esta área de trabalho merece.


A jocosidade das linhas anteriores esconde uma preocupação profunda com o futuro de uma “profissão” ainda não regulamentada. Com este artigo pretendo partilhar a minha visão sobre o que é o coaching, quem são os seus “profissionais” e qual o seu perfil desejável.



O que é o coaching?


Existem inúmeras definições, como é natural. Na minha perspetiva, o coaching é uma abordagem potenciadora do desenvolvimento humano, cujo objetivo é apoiar pessoas e profissionais, em qualquer área de atuação, a maximizar os seus resultados com base na otimização dos seus próprios recursos técnicos e emocionais



Não querendo esgotar a lista de motivações que leva o cliente a recorrer a um coach, aqui ficam algumas: Para trazer clareza a objetivos


O coaching conduz a um aumento do auto e hetero conhecimento, permitindo a definição clara daquilo que o cliente pretende alcançar ou de situações que pretenda resolver, proporcionado um maior alinhamento pessoal;


Para ultrapassar um “jogo interno” não potenciador.


Mais do que as barreiras externas, são muitas vezes as barreiras internas que nos impedem de ter uma performance ao mais alto nível (Thimothy Gallwey: “The Inner Game of Tennis”).


Estas barreiras criam um “jogo interior” dentro da mente, levando a que pessoas, que querem operar a um nível excecional num determinado contexto, acabem, muitas vezes, a operar com lapsos de concentração, nervosismo, insegurança, falta de confiança, em suma, com dúvidas sobre si próprio e sobre as suas competências, o que pode ser ultrapassado com trabalho de coaching.


Para se (re)descobrir e encontrar sentido e propósito na vida.


Mais recentemente, muitas pessoas procuram também um coach para as ajudar nos seus processos de evolução espiritual ou de consciência. A abundância material que caracteriza as sociedades ocidentais, não trouxe consigo o bem-estar espiritual a que todos anseiam. Assim, a busca por sentido, por propósito, pela descoberta de quem somos verdadeiramente por baixo de todos os papéis que representamos, a busca por conexão a algo muito maior que nós, está também na ordem do dia.


O que é importante salientar, é que o desejável num processo de coaching é que os resultados correspondam mais do que a uma mudança exterior, a uma efetiva mudança interior, e que a mesma promova nos clientes novas tomadas de consciência sobre si próprios, que lhes permitam viver de forma mais plena, mais feliz e mais alinhada com os seus propósitos e missão de vida.


Que coach escolher?

Um coach é um facilitador de processos de desenvolvimento humano. Ora, a aparente simplicidade da definição, não tem correspondência na enorme complexidade da tarefa. A tarefa de um coach é de tremenda responsabilidade pois a sua matéria-prima são pessoas.

Escolha um coach com sólida formação académica e certificação profissional reconhecida. Investigue experiência e referências. Dê preferência a coachs congruentes – profissionais que sejam exemplares do ponto de vista dos seus valores pessoais e das suas capacidades e competências específicas.


Tenha presente que o desenvolvimento profissional de um coach é contínuo e não pode ser feito em meta posição. Quer isto dizer que não há desenvolvimento profissional sem desenvolvimento pessoal agregado, sem o coach se dar a ele próprio a possibilidade e, porque não dizê-lo, a exigência de vivenciar os seus próprios processos de autodescoberta e de desenvolvimento pessoal na primeira pessoa.

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