“- Engº Silva, lamento mas os seus honorários são demasiado elevados. Neste momento, na Índia, nas Filipinas ou na China, há centenas de programadores com as mesmas competências que o senhor, que desenvolvem o mesmo software que lhe solicitei, por 1/5 do valor que me pede. E mais depressa! Como deve compreender, não vou aceitar o seu orçamento.”
Ainda não aconteceu consigo? Prepare-se! Está para breve segundo Daniel Pink. Em “A nova inteligência”, o autor defende porque entende que o reinado do hemisfério esquerdo e das profissões a ele associadas chegou ao fim e porque a inteligência lógica, linear, detalhista analítica, funcional e textual que caracterizou a nossa sociedade e os nossos modelos profissionais e de ensino predominantes nas últimas décadas tem, rapidamente, que integrar “o outro lado” - aquele de onde brota a estética, a metáfora, a visão holística e a integração das partes, para continuar competitivo.
Segundo o autor, há três grandes motivos para esta mudança, e para que o futuro se avizinhe mais sorridente para pessoas com visões mais abrangentes, mais criativas, capazes de empatizar, de reconhecer padrões e de gerar significado. Designa-os por Abundância, Ásia e Automatização.
A abundância material gerada pelo Pensamento de Predominância Esquerda, acabou ela própria por desvalorizar as necessidades puramente racionais, funcionais ou lógicas. As pessoas necessitam hoje, para além da utilidade e da funcionalidade das coisas, que estas sejam também apelativas aos olhos e ao espírito – estética e emoções passaram a ser palavras chave. A prosperidade libertou os indivíduos mas não os realizou, tendo gerado uma ânsia insaciável de transcendência que deslocou o foco de atenção das pessoas das suas rotinas diárias para um contexto mais alargado, em que a busca da realização pessoal é uma constante.
Sobre a Ásia, a introdução do nosso artigo será reveladora. Tarefas padronizadas como a programação informática, a análise financeira ou a radiologia, podem hoje ser desempenhadas, com os mesmos outputs, por profissionais do outro lado do mundo com um custo significativamente menor. O desafio para os profissionais destas áreas para continuar a agregar valor às suas tarefas e não perder a batalha da concorrência dos países asiáticos, consistirá então em utilizar e agregar ao seu trabalho capacidades típicas do Pensamento de Predominância Direita como ser capaz de criar relações (em vez de meras transações), encontrar a solução para desafios mais complexos (em vez de meros problemas de rotina) e compreender contextos globais (em vez de componentes isolados); em suma, novas competências que não possam ser deslocalizadas.
Quanto à Automatização, o repto é produzir algo que os computadores não possam executar melhor, mais barato ou mais rapidamente.
Então, como desenvolver competências para investir numa atividade profissional que…
satisfaça a procura estética, emocional e espiritual desta nova era conceptual? Os trabalhadores do conhecimento asiático não consigam fazer mais barato?os computadores não consigam produzir mais rapidamente?
É simples!
Cultive os “Seis Sentidos”:
- Design,
- História,
- Sinfonia,
- Empatia,
- Diversão
- Sentido.
Curioso?
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